domingo, 27 de agosto de 2017

Conhecendo A Colônia
Frederico me levou para andar de aeróbus. 

São conduções coletivas usadas no Plano Espiritual. Em quase todas as Colônias há aeróbus de três tamanhos, o grande, o médio e o pequeno. Como não tenho com o que comparar este meio espetacular de transporte, poderia dizer que é um ônibus com mistura de avião, sem barulho, sem poluir, confortável e muitolimpo. Não tem asas. Tem os lugares certos onde param, descem e sobem passageiros. Há os aeróbus que transitam só pela Colônia e outros que vão de uma Colônia a outra e da Colônia à Terra. 

Aeróbus não transitam pelo Umbral. Só em raras exceções, mas vão a Postos de Socorro localizados no Umbral. É muito confortável, não dá solavancos, desliza suavemente rente ao chão, ou metros acima dele. Nas viagens maiores, como a vinda à Terra, desliza pelo ar. Os passageiros sentam-se em confortáveis poltronas. Os que transitam pela Colônia não têm condutor, nos lugares que param há um pequeno marco onde há um painel com um botão. Aperta-se o botão marcando para onde se quer ir, o primeiro aeróbus que passar, com destino ao lugar marcado, pára. Os aeróbus que transitam fora da Colônia têm um condutor que além d conduzir ajuda no trabalho que se irá realizar.

A Colônia vista do alto é muito bonita. Planejada, suas ruas e avenidas têm traçado perfeito. Os prédios são harmoniosos e todos ocupados servindo à comunidade. Gostei muito do passeio.


A Colônia São Sebastião fica no espaço Espiritual acima da Cidade em que vivi encarnada.


Estranhando a Colônia ter um nome de santo, perguntei ao Frederico:


—Frederico, por que a Colônia se chama São Sebastião?


—Patrícia, são inúmeras colônias pelo Brasil e pela Terra. São como cidades, têm que ter um nome para facilitar. Nomes não importa, são designações. Ao ser projetada há tempo, seus benfeitores a chamaram provisoriamente de São Sebastião para não dizer Paraíso, que poderia ser confundida com paraíso-céu. Pronta, continuou sendo São Sebastião.


“São” é título dado ao bravo guerreiro Sebastião. Esperam os benfeitores que todos os moradores da Colônia venham a ser bravos guerreiros e vencedores dos seus defeitos e vícios.


Recebi de presente alguns bônus-horas e todas as distrações e lazer amigos pagavam para mim. Achei um tanto estranho, parecia pagamento por ser útil, um trabalho remunerado. Um dia, ao voltarmos do teatro, me acompanhavam Maurício e Antônio. Indaguei-os: —Que é realmente bônus-hora?


—Patrícia, — Maurício elucidou-me —a maioria dos homens trabalham por estímulo, para usufruir de um prazer ou sensação. A maioria não concebe ainda a humanidade como uma só família. 


Com a perda do corpo físico pelo desencarne e para que não percam o estímulo de trabalhar, é necessário que continuem recebendo estímulo do prêmio do seu trabalho. Isto mais tarde os levará a fazê-lo por uma causa maior, por amor. Espíritos superiores vêem as Colônias como lugares de transição e o bônus-hora como período de evolução. Esta é a razão pela qual os estagiários das Colônias recebem o seu salário bônus-hora.

—E quem trabalha muito e por muito tempo como os governantes, os instrutores das Colônias, também recebe?


Maurício continuou a elucidar:


—Os instrutores não mais necessitam de prêmio por ser bons. Mas por amor à família humana permanecem nas Colônias no meio dos aspirantes, para não menosprezá-los, para não se destacar, para não parecer serem melhores que os companheiros, usam os bônus para se igualar ao nível dos moradores que ainda estão dentro do prêmio e castigo. Todos utilizam os bônus-hora, para não haver grupos de
protegidos e desprezados. Os que muito trabalham e que poderiam receber muito solicitam somente os que lhe são necessários.


Entendi que meus acompanhantes não serviam, não trabalhavam para ter bônus-hora, utilizavam-se deles somente quando necessário. Os dois muito trabalhavam e por amor. Curiosa, indaguei-os novamente:


—Há nas Colônias os que não trabalham e não têm direito ao bônus, ao lazer?


—Há — respondeu Antônio, prazerosamente —, mas o estágio nas Colônias para estes espíritos não é longo, e nem pode ser, porque ociosos não afinam com suas vibrações. Eles, fatalmente, na primeira oportunidade reencarnam em meio aos espíritos ociosos onde irão sentir falta do conforto que tiveram e não valorizaram.


Um lugar que visito com freqüência e gosto realmente são as bibliotecas. Elas diferem de tamanho, dependendo da Colônia. São maiores e mais completas nas Colônias de Estudo. Também há bibliotecas nos Postos de Socorro, só que menores.


A Biblioteca da Colônia em que estagiei é muito bonita. Livros são separados por estantes, tudo com muita ordem. Fiquei maravilhada por não encontrar livros velhos. Os livros estão sempre novos porque, como todas as visualizações ou materializações do plano espiritual ou astral são de energia psíquica, não envelhecem. Há livros escritos somente para desencarnados, que só são encontrados no Plano Espiritual.


São inúmeros livros de estudo, pesquisas, livros religiosos e em destaque os livros Espíritas. Grande parte dos livros os encarnados também dispõem para ler, principalmente os livros Espíritas.

Procurei um livro e não encontrei, o bibliotecário gentilmente me disse:

—Patrícia, a Colônia de Estudo tem este livro, quer que peça para você?


—Quero, quando volto para apanhá-lo?


—Ora, espere uns minutos que estará aqui.


Por um aparelho parecido com o moderno fax, fez o pedido, dez minutos depois, pelo mesmo aparelho, recebeu o livro que queria.


—Puxa! — exclamei admirada.


—Não é uma maravilha? — falou entusiasmado o trabalhador da Biblioteca. Dispomos de muitos recursos, recebemos o livro pela desintegração e aglutinação. Não duvido que, daqui a alguns anos, os encarnados possam dispor desta comodidade.


Legais são os livros que podemos colocar na televisão, o escrito aparece na tela e vamos lendo página por página, graças a um pequeno aparelho adaptado à tela. Não posso compará-lo ao vídeo cassete, é diferente. É agradável ler pela televisão.


Próximas à Biblioteca estão as salas de vídeo, também chamadas de Salas de Estudos Computadorizados ou Salas das TVs e podem ser ainda conhecidas por outros nomes. (Não é fácil descrever estas salas para os encarnados, narro fazendo comparações.)


É um galpão enorme repartido em salas, conforme o assunto a ser ventilado. São lugares confortáveis e agradáveis. Há em cada uma das salas vários e eficientes computadores que podem ser ligados por controle remoto. Na frente de cada aparelho há dez poltronas muito bonitas e confortáveis. As telas variam de tamanho. Se queremos ver ou estudar um assunto individualmente, regulamos a tela ao tamanho pequeno, fica como uma televisão de vinte polegadas. Se é para um grupo, regulamos para o tamanho médio. Se é para muitas pessoas, para o tamanho grande, variando de dois a cinco metros. As salas não são tão altas assim, têm somente três metros e meio. Estes aparelhos podem ser locomovidos, se for necessário para a projeção maior.


São várias salas com os assuntos marcados na porta de entrada. Os temas para estudo são sobre as Colônias, Períspirito, Química, Física, Terra, Planetas, etc. Uma sala interessante é a das religiões e da Bíblia.


Ao irmos a uma destas salas, escolhemos um assunto para pesquisar. Exemplo: o olho humano; podemos escolher a programação: fácil, explicativa ou completa. Ao escolher a fácil, aparecem na tela resumidas as explicações básicas sobre o olho. É narrado com algumas partes escritas, o olho é desenhado em todos os seus ângulos. Se a pesquisa é individual, coloca-se o fone de ouvido para não atrapalhar os outros pesquisadores. Se escolher a explicativa, a pesquisa aparece com muito mais dados. A terceira fase, a completa, a difícil, é assunto para profissionais. Tudo é muito esclarecedor. E, se por algum motivo não se entendeu a pesquisa, encontramos sempre nestas salas estudiosos, mestres que têm o prazer de orientar e ensinar.


Há a sala para distração que tem desenhos animados, bons filmes, alguns que encarnados vêem, outros feitos por desencarnados, são de histórias bonitas que instruem e divertem. Há a sala de jogos eletrônicos, são para lazer. Os orientadores destas salas procuram esclarecer os freqüentadores da Sala de Jogos, porque estes jogos são para educar e distrair e não para levar a excessos. Os vícios são todos combatidos.


Comparando, podemos dizer que estas salas são uma mistura de cinema-televisão-computadores aperfeiçoados.


Só não usamos do bônus-hora para entrar nestas salas quando vamos em pesquisas da escola ou de curso de estudo. Este é bem freqüentado pelos estudantes.


Quase todas as Colônias têm estas salas, não as vi em Postos de Socorro. Em Colônias de Estudo são bem grandes e são inúmeros seus assuntos.


Gostei e gosto muito de ir pesquisar nestas salas. Conhecendo encarnada o cinema, a televisão e o computador, encantei-me diante desta tecnologia. Mas o que mais gostei foi usar este processo para ver, conhecer as obras de Allan Kardec. Vemos imagens dele e de sua equipe encarnada e desencarnada trabalhando em cada obra. Allan Kardec estudando, pesquisando, sendo orientado pelos benfeitores que o ajudaram. Ver São Luiz, Santo Agostinho e tantos outros me fascinou.


Que espírito fantástico é Allan Kardec! Por muitas vezes fui a estas salas para ver tudo que há sobre ele e suas obras admiráveis. Este é um dos temas mais vistos, principalmente pelos que tiveram a ventura de ser Espírita quando encarnados ou de conhecer sua grandiosa literatura.


Maravilho-me com tudo isto. Afinal quem não gosta ou gostaria de dispor destas facilidades?

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